ATA DA OCTOGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 24-9-2014.

 


Aos vinte e quatro dias do mês de setembro do ano de dois mil e quatorze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Cláudio Conceição, Delegado Cleiton, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Ezequiel, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Pablo Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Séfora Mota, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Alberto Kopittke, Alceu Brasinha, Dr. Thiago, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu D'Avila e Valter Nagelstein. A seguir, foram apregoados os Ofícios nos 872, 873 e 874/14, do Prefeito, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei do Executivo nos 031, 032 e 033/14 (Processos nos 2202, 2203 e 2204/14, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constou o Ofício no 918/14, de Marcos Alexandre Almeida, Coordenador de Filial da Gerência Executiva de Governo de Porto Alegre da Caixa Econômica Federal. A seguir, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Bernardino Vendruscolo, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares do dia vinte e nove de setembro ao dia dois de outubro do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Pedro Ruas, Elizandro Sabino, Bernardino Vendruscolo e Idenir Cecchim. Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Mario Fraga, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Às quatorze horas e quarenta e cinco minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. A seguir, foi apregoado comunicado do vereador João Bosco Vaz, informando que reassumirá a vereança no dia primeiro de outubro do corrente. A seguir, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Kevin Krieger, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares do dia primeiro ao dia sete de outubro do corrente. Em Votação, foi rejeitado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 019/13 (Processo nº 1066/13), por doze votos SIM, sete votos NÃO e três ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo vereador Pedro Ruas, tendo votado Sim os vereadores Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Delegado Cleiton, Idenir Cecchim, João Ezequiel, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas, Rodrigo Maroni, Séfora Mota e Tarciso Flecha Negra, votado Não os vereadores Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, João Carlos Nedel, Mario Fraga, Mônica Leal, Pablo Mendes Ribeiro e Paulo Brum e optado pela Abstenção os vereadores Cláudio Conceição, Paulinho Motorista e Reginaldo Pujol. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador Elizandro Sabino, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 001/14 (Processo nº 0032/14), após ser discutido pelos vereadores Alberto Kopittke, João Ezequiel, Tarciso Flecha Negra, Delegado Cleiton, Claudio Conceição, Marcelo Sgarbossa e Idenir Cecchim. Após, foi apregoada a Emenda nº 02, de autoria do vereador Alberto Kopittke, Vice-Líder Bancada do PT, ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 001/14, e foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Marcelo Sgarbossa, solicitando que essa Emenda fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Também, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Marcelo Sgarbossa, deferido pelo Presidente, solicitando a votação em destaque das Emendas nos 01 e 02 apostas ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 001/14. A seguir, foi constatada a existência de quorum, em verificação solicitada pelo vereador Reginaldo Pujol. Foi votada destacadamente a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 001/14, a qual obteve quatro votos SIM e onze votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos vereadores Alberto Kopittke, Marcelo Sgarbossa, Reginaldo Pujol, João Ezequiel e Idenir Cecchim, em votação nominal solicitada pelo vereador Reginaldo Pujol, tendo votado Sim os vereadores Delegado Cleiton, João Ezequiel, Mauro Pinheiro e Tarciso Flecha Negra e Não os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Cláudio Conceição, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, Mario Fraga, Mario Manfro, Nereu D'Avila, Pablo Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Reginaldo Pujol, votação essa declarada nula pelo Presidente, em face da inexistência de quórum deliberativo. Às dezesseis horas, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Após, foi apregoado o Projeto de Lei do Legislativo nº 211/14 (Processo nº 2226/14), de autoria do vereador Rodrigo Maroni. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 2ª Sessão, estiveram os Projetos de Lei do Legislativo nos 173/14, este discutido pelos vereadores Reginaldo Pujol, Delegado Cleiton e João Ezequiel, 185, 187, 188, 190 e 193/14, e o Projeto de Lei do Executivo nº 030/14. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Paulinho Motorista e Alberto Kopittke. Durante a Sessão, os vereadores Mario Fraga, Pedro Ruas, Delegado Cleiton, Reginaldo Pujol e Idenir Cecchim manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Também, foi registrada a presença, neste Plenário, de Wendelino Silírio Kinzel. Às dezesseis horas e trinta minutos, o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quinta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo vereador Mauro Pinheiro e secretariados pelo vereador Guilherme Socias Villela. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Bernardino Vendruscolo solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no período de 29 de setembro a 2 de outubro de 2014. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Pedido de Licença permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; público que nos assiste; meus caros Vereadores João Ezequiel e Rodrigo Maroni, que nos honram aqui com as suas presenças, grandes Vereadores que têm um futuro extraordinário nesta Casa; neste momento falo pela Liderança do PSOL, mas este tema que trago, Ver. Delegado Cleiton, não é discutido no Partido, portanto falo mais em nome pessoal. Eu fiz algumas observações a partir de dados que me chegaram e verifiquei o seguinte – digo isso com a mesma segurança, Ver. Pujol, com que sempre fui muito crítico do nosso Governo Municipal, mas uma crítica leal, de frente, sincera: na minha análise comparativa, Ver. Nedel, em relação aos direitos dos animais, Porto Alegre está à frente. Eu fiz uma análise minuciosa – claro que há Vereadores que têm um conhecimento muito mais amplo do tema, como a Ver.ª Lourdes Sprenger, por exemplo, que é uma especialista –, uma comparação, Vereadoras e Vereadores, apenas com os dados que me chegaram, entre dez capitais. E é uma questão de justiça, Ver. Mario Fraga, Líder do Governo, eu fazer essa referência. Porto Alegre, em relação aos direitos dos animais, comparando com outras capitais do nosso País – não é uma comparação com Europa, com Estados Unidos, com Canadá; é do nosso País –, Ver. Claudio, é uma Cidade que está à frente. Repito e reitero: nunca tive qualquer dificuldade, se fosse o momento, de fazer um registro elogioso ao Governo. Por óbvio, na fiscalização permanente que fazemos pelo PSOL, temos bem mais críticas que elogios a fazer – é verdade –, mas não nos furtamos, em muitas ocasiões, já ocorreu isso vários vezes, de fazer o registro elogioso, Ver. Cecchim. E recebi dados durante uma semana – houve uma coincidência, esses dados me foram chegando. Eu até imaginei que a conclusão seria diferente, mas não: em relação aos direitos dos animais, há uma Secretaria especial aqui em Porto Alegre, a SEDA, e faço meus cumprimentos, Ver. Mario Fraga, para que leve a S. Exa., o Prefeito, a ele e a ex-titular, sua esposa, da SEDA – os cumprimentos de quem fez a comparação. E fiz, e com a mesma lisura que V. Exa. se acostumou a me ver aqui criticar o Governo e pedir que V. Exa, muitas vezes, levasse recados duros ao Prefeito, lhe digo: nessa comparação, a nossa equipe – trabalhamos três pessoas nesse sentido – concluiu que Porto Alegre está à frente, comparando com dez capitais. Ora, isso é motivo de orgulho! Pode ser que, amanhã ou depois, estejamos aqui fazendo uma crítica contundente e dura a esse tema, Ver. João Ezequiel, ou a qualquer outro. Mas no momento em que eu tenho dados comparativos que me dão essa conclusão – e aqui termino e encaminho, Ver. Mauro Pinheiro –, por uma questão de honestidade, de justiça, de mostrar como é realmente a nossa posição, a de oposição permanente, mas sem nunca deixar de ver quando algo está correto: na comparação da nossa Secretaria dos Direitos Animais, a SEDA, com relação às capitais brasileiras pesquisadas, que são dez contando com Porto Alegre, nós estamos na frente. Acho que é motivo de orgulho e acho que o Executivo, neste caso específico, Ver. Mauro Pinheiro, merece os parabéns. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Elizandro Sabino está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELIZANDRO SABINO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; prezados colegas Vereadores que aqui estão; nós queríamos, em primeiro lugar, agradecer ao Ver. Paulo Brum que nos cede este momento para podermos estar aqui representando os nossos Pares pela Bancada do PTB; e fazer referência, Ver. Mauro Pinheiro, à nossa representação da Casa, que inclusive foi autorizada por V. Exa., no ato de abertura oficial do mês do idoso, que aconteceu no Paço, após uma caminhada alusiva ao mês do idoso. E nós estivemos lá levando a palavra de apoio em nome dos colegas Vereadores a todas aquelas entidades representadas, e especialmente ao Comui, que é o Conselho Municipal do Idoso, que estava com a sua entusiasta Presidente, a Sra. Dilce. E ela, naquele momento, trouxe uma palavra de reconhecimento ao Governo Municipal pelas conquistas, especialmente porque este Governo instalou a Secretaria dos Direitos Humanos e a Secretaria Adjunta do Idoso, sendo essa, portanto, uma conquista, um reconhecimento, àquela que nós chamamos e atribuímos como a melhor idade, Cláudio Conceição, essa que nós também reconhecemos como a melhor idade, e assim é, por esse segmento reconhecido como o adulto maior. Então, ali estavam as mobilizações representadas das entidades, e nós levamos nossa palavra de parabenização pela mobilização. É importante destacar isto: uma mobilização ordeira, uma caminhada pacífica, uma mobilização bonita, porque, além de reconhecer as conquistas, obviamente eles também ali estavam lutando, e como sempre, especialmente neste mês alusivo ao mês do idoso, fazendo referência às políticas públicas de inserção social que os idosos estão sempre preconizando, sempre procurando e buscando de uma forma muito positiva.

Tenho aqui dois projetos que contemplam essa área do idoso. Um é o projeto indicativo de lei para o nosso Executivo, sobre a casa de passagem para o idoso. Nós temos a casa de passagem para criança vítima de maus-tratos, nós temos a casa de passagem para mulher vítima de violência doméstica, mas não temos a casa de passagem para o idoso em Porto Alegre. Os idosos, em situação de vulnerabilidade, muitas vezes em uma situação de maior fragilidade, na dependência, às vezes, de familiares que detêm o controle financeiro, são vítimas de maus-tratos. A casa de passagem é uma iniciativa que se impõe no Município de Porto Alegre. Nós fizemos esse projeto indicativo de lei e estamos aguardando, como sempre, o olhar especial de nosso Prefeito para atender a essa necessidade tão importante. Entre outros projetos, a publicização do desconto de 50%, que já está na lei federal, no Estatuto do Idoso, que preconiza que ele tem 50% de desconto no acesso a espetáculos, a casas de shows. Muitas vezes o idoso não tem o conhecimento da lei; vai pagar o ingresso, não lhe avisam sobre o desconto e obviamente paga o valor integral. Nosso projeto de lei é que seja afixada a publicização dos 50% de desconto, que é direito do idoso, para que ele possa ter conhecimento dessa informação que não é nada mais, nada menos do que a lei federal, o que ela preconiza.

 

Portanto, prezados colegas, senhores e senhoras, os que nos assistem pela TVCâmara, queremos dizer que este é o mês do idoso e nós estamos inseridos nas programações levando também nossa palavra sempre de parabenização, Ver. Pedro Ruas, e reconhecimento ao que já se conquistou, mas na consciência e na ciência de que muito ainda tem que se avançar, especialmente no Município de Porto Alegre, neste tema que é tão importante. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores. Prezadíssimo Ver. Pedro Ruas, e aqui não vai nenhuma crítica, evidentemente, apenas fiquei muito atento, acompanhando os seus elogios à SEDA, Secretaria Especial dos Direitos Animais.

 

(Aparte antirregimental do Ver. Pedro Ruas.)

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Um comparativo. Muitas vezes os debates se acaloram aqui, mas nós nunca perdemos a consideração e o respeito que devemos ter um com o outro. E tenho admiração por Vossa Excelência, por ser combativo. Mas o seu elogio realmente me chamou a atenção. Então, quero aproveitar esse elogio de V. Exa. para dizer que eu ando por Porto Alegre e tenho visto muitos animais abandonados. A gente vê muito a Secretaria dos Animais – mas nos registros! Efetivamente, eu nunca encontrei a SEDA agindo objetivamente na Cidade. E eu ando por aí.

Ali na Rua Vidal de Negreiros, por exemplo, Ver. Pedro Ruas, tem uma senhora, que mora numa casa muito modesta e vou dar o endereço, até porque a situação é gravíssima: é no nº 271. Está expirando o prazo para que haja o deslocamento daqueles animais que ela abriga ali. Nessa residência, há mais de cem animais. Eu vou lhe mostrar aqui (Mostra fotografia.): isto aqui é um corredor nos fundos da residência, onde dá para ver a quantidade de animais e também os que estão dentro da casa, inclusive dá para ver as condições da habitação – e é numa região central de Porto Alegre. (Mostra fotografia.) Aqui há uma decisão judicial que tem seu prazo expirando; inclusive falei na segunda-feira, desta tribuna, que, se não houver uma solução por parte do Executivo, a juíza já determinou uma multa de R$ 500,00 por dia. Está aqui a decisão judicial que mostro aos nossos colegas, Ver. Pedro Ruas. Cumprimento V. Exa., mas me chamou atenção esse seu entusiasmo, aliás, esse seu comparativo. (Palmas.) Respeitosamente, chamou-me a atenção, pois eu tenho visto muitos animais abandonados nesta Cidade, e como votei favoravelmente à criação da Secretaria – e V. Exa. também votou, claro –, sempre imaginei que, com a Secretaria, pudéssemos ter uma solução mais objetiva para o cuidado e o trato aos animais – Ver.ª Lourdes que tem um trabalho muito dedicado aos animais. Mas fica aqui o registro, Ver. Pedro, que me chamou muita atenção o seu pronunciamento. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, tinha prometido que não viria mais à tribuna para fazer criticas durante a campanha eleitoral, mas como me parece que não tem muito a ver com alguns colegas que são candidatos e tem muito a ver com os pobres do Brasil, vou comentar. Estamos vendo muita roubalheira de rico, Petrobras, Eike Batista, Friboi – tudo isso já está na campanha política –, e como não estou em campanha, achei uma obrigação ler, pelo menos, na tribuna, e mostrar minha indignação sobre essa grande manchete chamada de “A arte de roubar dos pobres”. O que será isso, Ver. Tarciso Flecha Negra? Pois a dona de uma ONG conta com milhões de reais, que seriam destinados à construção de casas, e que foram desviados para políticos do PT, na Bahia. Entre os beneficiários, estão um senador, dois deputados federais, o atual candidato a governador, um ex-ministro do Governo Dilma. O golpe é dado pelo chamado Instituto Brasil, que sempre serviu como banco para o partido, com os recursos de convênios para construção de casas populares. Disseram que empregavam pessoas do PT, davam apoio aos militantes que estavam passando por dificuldades e que alimentavam as campanhas. Quem assina é a Sra. Dalva Sele, Presidente do Instituto Brasil. Mas isso é uma barbaridade, Ver. Elizandro Sabino! Eu vejo a fotografia – e a tenho aqui, não é novidade nenhuma, eu estou fazendo aqui apenas um pequeno serviço de divulgação do que está acontecendo; não estou contando nada de novo, não sou tão esperto assim para trazer coisas novas aqui. Apenas reproduzo e mostro o que está aparecendo, como é que se faz campanha política no Brasil, e que se pensa que grandes golpes só ocorrem contra grandes empresas como a Petrobras, enfim, golpes, golpes, “mensalão”, mais golpes, todos ricos, ganhando dinheiro! Pensava-se que só se ganhava dinheiro das grandes empresas; agora se está, descaradamente, mostrando aqui que avançaram nos pobres, na inocência dos pobres do Nordeste, para roubar dinheiro para fazer campanha política. E aqui está o caminho do dinheiro: “Eu levei dinheiro para ele lá na Secretaria de Desenvolvimento da Bahia”. Outro relato: “O Vicente também recebia dinheiro do Instituto Brasil”. O Sr. Rui Costa: “Ele estava na folha de pagamento do Instituto, recebia de três a cinco mil por mês”. “A atual Diretora-Geral da Secretaria de Comunicação do Governador da Bahia, também camuflava um caixa dois para desviar”. O Nelson Pelegrino, o Walter Pinheiro, todos lá da Bahia, um com R$ 260 mil. Mas isso tudo em cima de pessoas muito pobres do Nordeste, lá da Bahia, de todos os recantos, prometendo construir casa; mas além de não construir, de não fazer a casa, nem malfeita, o dinheiro era desviado para o partido. Eu acho que isso é de indignar, não importa se nós estamos em tempo de horário político ou não, eu não vou deixar de fazer o que eu sempre fiz aqui: denunciar as falcatruas, sejam elas de que partido forem. Já teve gente do PMDB envolvida e eu denunciei, mas isso aqui é de uma indignação. Tiraram dinheiro dos pobres, dos bem pobres que vivem lá no Sertão da Bahia, miseravelmente, para usar em campanha política – está escrito em letras garrafais, em manchetes aqui na revista; pegaram o dinheiro desses miseráveis, do Interior da Bahia, para manterem o poder nas mãos desses mesmos, nesta época em que o Brasil certamente é o campeão da corrupção em todo o mundo. É mais uma denúncia que eu tinha que fazer aqui desta tribuna. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. MARIO FRAGA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da ordem dos trabalhos, para que possamos, imediatamente, entrar na Ordem do Dia. Após retornamos à ordem normal.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Mario Fraga. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às 14h45min): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O Ver. João Bosco Vaz comunica que reassumirá o mandato de Vereador perante este Legislativo no dia 1º de outubro de 2014.

O Ver. Kevin Krieger solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no período de 1º a 7 de outubro de 2014. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Pedido de Licença permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

VOTAÇÃO

 

PROC. Nº 1066/13 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 019/13, de autoria da Verª Lourdes Sprenger, que cria o Conselho Municipal dos Direitos Animais (CMDA) e dá outras providências.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela existência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Cassio Trogildo: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Pedro Ruas: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Dr. Thiago: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,

§ 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 06-08-14;

- votação nula por falta de quórum em 17-09-14;

- votação nula por falta de quórum em 22-09-14.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Pedro Ruas, o PLCL nº 019/13 (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 12 votos SIM, 07 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, uma informação: qual é o artigo que define esta votação com necessidade de maioria absoluta?

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): É o art. 82, § 1º, inc. I, da Lei Orgânica do Município.

 

O SR. PEDRO RUAS: Eu tenho a informação de que era necessária a maioria simples.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Não, inclusive eu fiz a leitura antes da votação. (Lê.): “Artigo nº 82 – A Câmara Municipal deliberará pela maioria dos votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores, salvo as exceções previstas nesta Lei Orgânica e nos parágrafos seguintes: §1º – Dependerá de voto favorável da maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal a aprovação das seguintes matérias: I – leis complementares.”

 

O SR. PEDRO RUAS: Sim, como Lei Complementar, para efeito de criação do conselho, é isso?

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Exatamente, Vereador.

 

O SR. PEDRO RUAS: Obrigado.

 

O SR. ELIZANDRO SABINO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da ordem de priorização de votação, para que possamos votar a Indicação nº 057/13 em quinto lugar, e o PLL nº 047/13 em sexto lugar.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O seu Requerimento é para que sejam votados logo após o PLL nº 091/14?

 

O SR. ELIZANDRO SABINO: Perfeito. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, o primeiro projeto a ser votado não foi votado porque não houve quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Requerimento do Ver. Elizandro Sabino é para que a Indicação nº 057/13 seja votada em quinto lugar e o PLL nº 047/13 em sexto lugar, o que não altera a ordem de votação dos demais projetos.

 

 O SR. DELEGADO CLEITON: Está o.k.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Elizandro Sabino. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 0032/14 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 001/14, de autoria do Ver. Delegado Cleiton, que assegura aos negros a reserva de 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas em concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos nos órgãos da Administração Direta e nas entidades da Administração Indireta do Município de Porto Alegre e revoga a Lei Complementar nº 494, de 10 de setembro de 2003. Com Emenda nº 01.

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR, CUTHAB, CECE e CEDECONDH. Relator-Geral Ver. Tarciso Flecha Negra: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,

§ 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 31-03-14.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PLCL nº 001/14. (Pausa.) O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para discutir o PLCL nº 001/14.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Caros colegas, muito boa-tarde. Antes de iniciar a discussão, eu quero só lastimar a votação que nós acabamos de ter e deixar o meu registro de solidariedade com a Ver.ª Lourdes pela derrota do seu projeto que criava o Conselho Municipal dos Direitos Animais, mas a luta pela ampliação dos espaços de participação é permanente para que a sociedade, em seu todo, possa discutir as políticas e não uma ou outra pessoa, para depois se apropriar deste tema e se autopromover como dona de um tema ou de outro. Não é assim, nós estamos de políticas públicas com participação popular e social, e esse projeto da Ver.ª Lourdes, do PMDB, tinha muito mérito. Não foi hoje, mas será no início do ano que vem, com certeza.

Esse projeto que nós entramos em discussão, do Ver. Delegado Cleiton, é um projeto que vale o mandato. Quero elogiar efusivamente o seu projeto, um projeto corajoso que, efetivamente, traz uma luta social, uma luta social, uma modificação na estrutura da burocracia do Poder Público, especificamente no serviço público municipal, quando amplia as cotas para negros, que hoje é de 12%, para 20%. É um projeto que vem numa hora muito adequada, quando...

 

(Aparte antirregimental do Ver. Delegado Cleiton.)

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Depois o senhor, por favor, traga aqui qualquer informação equivocada que eu tenha passado. Mas o que importa, independente do percentual, é o mérito do assunto, é o que esse projeto quer dizer. E ele vem num momento muito adequado, quando o racismo da nossa sociedade começa a ser debatido. Não é que ele esteja começando a existir agora, a partir da fala da menina no estádio, e até lastimo por ela, individualmente, ter sofrido toda a resistência do assunto, isso é algo de muitos séculos, que vem da nossa estrutura colonial, mas, agora, parece que a sociedade começa a enxergar cada vez mais a existência do racismo. Pessoalmente, credito esse novo movimento, essa abertura de olhos da sociedade gaúcha, e porque não dizer brasileira, às cotas que se abriram lá atrás, há dez anos, quando quase não existiam negros nas universidades públicas. Não havia negros nos cursos de medicina, e falo aqui com o meu colega, Ver. Pablo, colega de faculdade também, na PUC, no direito da PUC, não havia negros! Mas foram as cotas do ProUni que foram abrindo essas resistências, esses espaços que antigamente um jovem negro simplesmente achava que não tinha condições de entrar, porque não tinha nenhuma referência que mostrasse a ele que esse futuro era possível. Processo que, aliás, quero destacar, não foi unânime, não foi pacífico. Aqui no Rio Grande do Sul, o Instituto da Liberdade, por exemplo, ligado a alguns grandes empresários, Dr. Gerdau e outros, reverberou numa ADIn em que os Democratas entraram no Supremo Tribunal Federal contra as cotas. Eu não sei se teve apoio do PSDB, ou se PSDB só apoiava politicamente – não sei se assinou a ADIn –, ou seja, era contra as cotas! E foi o Senador Paulo Paim, inclusive, um dos cinco representantes que falaram na audiência pública promovida pelo Senado – eu ainda vou tentar colocar aqui –, mostrando o absurdo dos argumentos que foram levantados pelo Democratas contra as cotas no Brasil.

Então, eu o saúdo, porque esse projeto efetivamente é transformador, ele mexe com as estruturas que antes não eram mexidas, ele mexe com as estruturas de poder da nossa sociedade...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: ...que, sim, existem. Nosso País nada tem de democracia racial. É só olhar os dados de homicídios de negros: a juventude negra é assassinada 280% mais que a juventude branca; a juventude negra está 220% a mais nos presídios que a juventude branca; uma mulher negra recebe 40% do que um homem branco, no mercado de trabalho. Essa é a realidade do Brasil, e o seu projeto enfrenta essa realidade de forma muito corajosa e terá todo o nosso apoio. Parabéns pela coragem de trazê-lo a esta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João Ezequiel está com a palavra para discutir o PLCL nº 001/14.

 

O SR. JOÃO EZEQUIEL: Boa tarde, Presidente Mauro Pinheiro; boa tarde, Vereadores e Vereadoras aqui presentes; boa tarde, público presente no plenário, no dia de hoje, público que nos assiste pela TVCâmara. Quero parabenizar o Ver. Delegado Cleiton por essa iniciativa de assegurar aos negros a reserva de 20% das vagas oferecidas em concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos nos órgãos da Administração Direta e nas entidades da Administração Indireta do Município de Porto Alegre. Esse projeto, Delegado Cleiton, na verdade, é uma correção. O Brasil inteiro, não só Porto Alegre, tem uma dívida com os negros e com os índios. Nós sabemos que o Brasil foi um dos últimos, se não o último, a abolir a escravidão no mundo. Quero saudar o Ver. Cláudio Conceição, que está assumindo aqui nesta Casa, esta semana. Quando houve a abolição da escravatura no Brasil, os negros foram libertados sem eira nem beira, eles não tinham nenhum tipo de educação, nem a mais básica que a gente possa imaginar. Eles não tinham residência, não tinham garantia de emprego, portanto seus filhos, seus netos herdaram... É importante que se diga isso, porque, às vezes, as pessoas dizem: “Se a gente criar as cotas, estaremos criando mais racismo”. Não é verdade. Ver. Maroni, não é verdade isso. A verdade é que o País tem uma grande dívida com os negros, porque, a partir da herança que se tem – e eu tenho essa herança também, eu sou filho de pai negro, minha avó é negra –, é uma herança que vai se prolongando de geração em geração. É obvio que é mais difícil para as pessoas negras terem acesso ao ensino, inclusive passarem em concurso público. Por certo que, na atualidade, a gente tem um avanço nesse aspecto. Mas eu quero dizer aqui que é necessário que haja, sim, cotas não só nas universidades, inclusive temos que aumentar essas cotas. Nós sabemos que existem ainda muito preconceito e perseguição às pessoas negras. Por exemplo, nas favelas, a maioria da população é negra; a maioria da população carcerária é negra, basta fazer uma pesquisa, ler as informações que estão nas revistas e nos jornais.

Portanto, quero dizer que nós, PSOL, somos favoráveis, Ver. Delegado Cleiton, ao seu projeto, e vamos, sim, aprová-lo, juntamente com os demais Vereadores. É um projeto importante, nós estaremos juntos. Então, quero dizer, Ver. Delegado Cleiton, que o pessoal estará com o senhor nesse projeto. Vamos aprová-lo, sim, é um grande projeto. Parabéns pela iniciativa.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para discutir o PLCL nº 001/14.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa tarde, Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, todos os que nos assistem, vou falar muito pouco.

Sou Relator deste projeto, meu parecer foi pela aprovação. Quero aqui, também, parabenizar o Ver. Cleiton por este projeto, tem o meu apoio. Gostaria de contar com o apoio de todos, porque é uma maneira, como disse o Ezequiel, de começarmos a reparar aquilo que o País deve à nossa cor negra. Eu sempre digo nesta tribuna, Ver. Mauro Pinheiro, que o País não nos deve migalhas; o que o País deve aos negros é educação, que não nos deu lá no início, quando ajudamos a construir esta Nação. Os nossos antepassados construíram este País junto com os alemães, os italianos, os índios, e é isto que a gente quer: essa reparação. É plantando essa semente que vamos começar a buscar essa igualdade. E as cotas são uma semente, amanhã virão outras sementes, que amanhã o negro possa falar: “Nós somos dignos também deste País, somos iguais”. Dessa maneira vamos conquistando aos poucos, porque na vida é assim: nada se conquista sem luta, sem garra, sem paciência e sem amor, e é isso que estamos buscando.

No momento em que li o projeto do Ver. Cleiton, eu viajei no meu mundo, o mundo negro da minha cidade quando criança; e, nessa viagem, nessa minha análise, eu lembrei que, naquele tempo, a gente ficava quieto, não se falava, todo mundo mudo, com medo. Acabou-se o medo, a corrente das canelas saiu, mas ficou o medo ainda no coração, o medo invisível – esse medo é que nós temos que tirar! E nós, Ver. Cleiton, vamos tirar esse medo através de um projeto como este seu, através daquela pequena sementinha, que dará uma árvore enorme e da qual muitos frutos maravilhosos virão.

Então, eu peço aos colegas que nos ajudem a começar a plantar essa floresta, que será maravilhosa, que este País merece; todas as raças, sem preconceitos, todos nós merecemos viver com muita paz, com muito amor dentro deste país chamado Brasil, um país de todos, que todos nós ajudamos a construir. Eu gostaria de ter muito mais. Sei que haverá emendas a este projeto, emendas muito boas que só ajudarão, serão os galhos dessa árvore e a fortalecerá. Estaremos sempre juntos, para que tenhamos, Ver. Cleiton, um país digno, um país em que possamos dizer: “Este País respeita a todos”. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para discutir o PLCL nº 001/14.

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, colegas, funcionários desta Casa, público que aqui nos assiste e nos assiste pela TVCâmara; alguns Vereadores já disseram o que teria que ser dito. A nossa proposta é um projeto de adaptação ao Estatuto da Igualdade Racial, adaptação às normas da Seppir. Porto Alegre foi um dos primeiros Municípios a colocar cotas para negros na época em que não havia ainda um percentual estipulado em lei. Esse percentual era de 12% e hoje foi aprovado, em nível federal, um percentual de 20%. Nós gostaríamos que fosse aprovado, até porque é uma forma, senhores, verdadeira de igualar.

Já no outro debate, na discussão preliminar de Pauta, houve um Vereador que se posicionou contra, mas nós começamos a verificar algumas situações. E agora, principalmente com essas ondas abertas, já não é mais aquele preconceito velado; agora nós estamos vendo o preconceito aberto. Hoje mesmo, quando vinha para cá, ouvi no rádio do carro que infelizmente a torcida do Grêmio está apoiando a menina – está sacaneando a menina, na verdade –, inclusive contestando a miscigenação. Nós estávamos discutindo agora que, nos bancos escolares, infelizmente, ainda temos visto muitos negros, e não é por falta de vontade, mas é por falta de espaço...

Então, acho que seria justo para que nós possamos igualar oportunidades. Diga-se de passagem, nós não queremos cotas eternamente; queremos igualar o sentimento de progredir e de nos dar visibilidade. É só.

E outra, senhores: esta história que alguns contam, de que as cotas diminuem a capacidade de, amanhã, conseguir um emprego, é balela, porque já existe um estudo mostrando que os negros que entraram em faculdades através de cotas, dentro da faculdade, depois de oportunizadas, estão entre os primeiros colocados no curso. Então, o que nós queremos aqui é a igualdade que nos tiraram no momento em que nos retiraram do nosso continente mãe, eles nos trouxeram, nós atravessamos o oceano. Após uma abolição, eles nos jogaram ao léu e não nos criaram oportunidades, não deram as mesmas oportunidades que os europeus tiveram quando vieram para cá. Estamos querendo igualar e, a partir de um prazo “x”, de políticas responsáveis para essa igualdade, aí sim, podemos terminar e não queremos mais saber de cotas.

 

O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Peço escusas por interromper o seu belo pronunciamento, mas preciso oferecer um esclarecimento à Casa, especialmente a V. Exa. Da tribuna, foi dito que existe uma ADIn proposta pelo Democratas a respeito do assunto. Quero esclarecer que busquei informações que conferem com a orientação que eu já tinha: a matéria não é doutrinária do Democratas. Não existe nenhum compromisso nesse sentido. Nunca recebi, da parte do Diretório Nacional do Partido, nem do Diretório Regional, orientação nesse sentido; ao contrário, nós temos a maior liberdade de definição. Eu posso lhe afirmar – V. Exa. terá oportunidade de ouvir hoje a manifestação do meu colega que hoje se encontra no exercício do mandato ­– que nós não só não somos contrários, como também somos a favor. Evidentemente, com honestidade, proclamamos a lisura da sua proposta, e V. Exa. sabe que não sou homem de esconder minha posição. Se fosse contrário estaria dizendo aqui, da mesma forma que, como sou a favor, estou afirmando a V. Exa. que somos absolutamente favoráveis, por todas as razões que V. Exa. também tem exposto da tribuna. Muito obrigado.

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Muito obrigado, Ver. Reginaldo Pujol. Eu não esperava outra posição de V. Exa., até porque tenho o maior respeito e aprendi a gostar do senhor pelos seus posicionamentos fortes que defende aqui nesta Casa. Então, senhores, peço a aprovação deste projeto. Fico feliz em ter encaminhado este projeto que realmente ajudará muito na igualdade racial que todos nós queremos e pregamos. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Cláudio Conceição está com a palavra para discutir o PLCL nº 001/14.

 

O SR. CLÁUDIO CONCEIÇÃO: Boa tarde, Presidente Mauro Pinheiro e demais Vereadores, público presente e aqueles que nos assistem através da TVCâmara. Venho a esta tribuna para parabenizar o Ver. Delegado Cleiton, meu colega, e declarar que, como representante da Bancada do Democratas, como foi dito aqui anteriormente, não somos contra a aprovação desta Lei, como foi colocado pelo Ver. Alberto Kopittke, mas temos liberdade para verificar o valor da questão colocada e porque temos presenciado, na nossa função também, como inspetor de polícia, e temos visto a dificuldade com que a raça negra tem sido vitimada por falta de oportunidades. Este projeto de lei vem oportunizar as pessoas que estão num processo de avanço, de conquista. É oportuno que a gente venha se associar a este projeto para que ele se torne uma realidade na cidade de Porto Alegre, e quiçá no Estado do Rio Grande do Sul. Quero me colocar à disposição do Ver. Del. Cleiton para que este processo possa se tornar algo realmente transformador nas famílias, nas vidas e na cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para discutir o PLCL nº 001/14.

 

O SR. MARCELO SGARBOSSA: Boa tarde a todos e a todas. Primeiro quero parabenizar o projeto de lei de iniciativa do Ver. Delegado Cleiton, porque, sim, precisamos dar um passo ainda mais ousado se queremos a igualdade material e não apenas formal. Precisamos ter, por um período na nossa história, a possibilidade de incluir as pessoas que, pela discriminação racial, não ocupam os espaços de poder e de comando na sociedade. Há aí uma discussão da discriminação econômica, mas há também um espaço da discriminação racial. E aí é que nós deveremos agir também. É por isso que elas são, sim, algo que não vêm para sempre, mas por um período as pessoas precisarão disso – como disse aqui o Ver. Tarciso –, que não é nenhum favor, mas tentar corrigir um pouco as desigualdades de partida. Não se quer aqui fazer um favor ou achar que uma pessoa tem menos condições que outra. Mas o fato é que para se medir quem tem mais mérito, o início tem que ser parecido. E no Brasil, o início da atividade profissional, da formação universitária, da formação acadêmica, escolar é muito diferenciado, muito desigual.

Eu acabei pedindo destaque também da Emenda nº 01, porque assim como o Ver. Delegado Cleiton colocou que Porto Alegre foi um exemplo quando instituiu a lei com 12%, agora nós teremos a oportunidade de ampliar para 20%. Mas nós temos uma outra ousadia histórica para fazer. Nós tínhamos proposto um projeto de lei igual ao do Ver. Delegado Cleiton; o do Vereador acabou sendo protocolado antes, então transformamos o nosso numa emenda, numa contribuição ao projeto do Ver. Delegado Cleiton. E basicamente ele é mais ousado ainda, ele reserva os 20% para negros e negras também nos Cargos em Comissão, também para estagiários e estagiárias e nos contratos que a Administração Pública direta ou indireta fizer com os particulares, empresas, enfim, qualquer convênio em que haja a contratação de pessoas. Realmente, será tido aqui como ousado, mas é aí que temos que aprofundar. Se queremos dar um salto nessa questão, talvez os 20% simplesmente no concurso público já sejam uma ótima iniciativa, mas ele pode ampliar para toda e qualquer contratação, de cargos comissionados, estagiários, estagiárias, contratos e convênios da Administração Pública. Depois, teremos a oportunidade de discutir especificamente a emenda, pedir o seu destaque e virar o argumento, infelizmente, virar o argumento contrário, principalmente aos cargos em comissão, dizendo que são cargos de livre nomeação. Vejam que não se tira a liberdade da livre nomeação. Você continua livre; você, Vereador, Vereadora, gestor que tem o poder da contratação, da indicação de um cargo comissionado, de um CC, como se diz, você terá livremente a possibilidade de indicar, não vai tirar a sua liberdade, no entanto, será reservado um percentual para negros e negras. Então, dizer que um de nós, por exemplo, Vereadores e Vereadoras, que não tenham um negro ou uma negra da sua relação de confiança, ou dois, para indicar no seu gabinete, se é que alguém aqui está pensando exclusivamente na sua esfera de poder de indicação, eu diria que esta pessoa deveria ampliar um pouco seus horizontes e suas relações. Não ter um ou dois negros, dentro da confiança, que possa indicar para o seu gabinete, para assessorá-lo para um cargo executivo, me parece que deve acender aí uma luz vermelha, porque alguma coisa está errada no seu âmbito de relações.

Então, fica aí a ousadia de a Câmara fazer história novamente, pois está sendo convidada pela nossa emenda e pelo projeto do Ver. Delegado Cleiton a fazer a história no sentido mais profundo e mais justo possível. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para discutir o PLCL nº 001/14.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, Ver. Delegado Cleiton, vejo que o senhor está atendendo o seu pessoal fazendo duas coisas importantes ao mesmo tempo, e eu reconheço esta sua versatilidade. Seu projeto é muito bom, e eu vou votar a favor. Temo apenas que a emenda apresentada pelo Ver. Marcelo Sgarbossa atrapalhe um pouquinho o seu projeto, que é meritório, que é de um concurso público. E eu acho que os Vereadores têm que colocar no seu gabinete e nos cargos de confiança as pessoas que ele quiser, independente de cor ou raça. Eu até acho que, se fizer uma coisa assim nos cargos de confiança, acaba criando, aí sim, uma diferenciação, o que é ruim. Eu votarei a favor do projeto e contra essa emenda. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Apregoo a Emenda nº 02, de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa e da Ver.ª Jussara Cony, ao PLCL nº 001/14.

Apregoo o Requerimento de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 02 ao PLCL nº 001/14 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO

Apregoo o Requerimento de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, solicitando que sejam votadas em destaque as Emendas nº 01 e nº 02 ao PLCL nº 001/14.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Essa matéria depende de voto qualificado? Precisa ter maioria absoluta?

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Maioria absoluta, Vereador.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Então peço a V. Exa. que verifique o quórum para vermos se temos condições de votá-la hoje.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicito abertura do painel eletrônico para verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Reginaldo Pujol. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Dezenove Vereadores presentes. Há quórum.

Em votação a Emenda nº 01, destacada, ao PLCL nº 001/14.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Quanto às Emendas nº 01 e nº 02, uma prejudica a outra ou não?

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Não, e as duas emendas estão destacadas.

O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 01, destacada, ao PLCL nº 001/14.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Caros colegas, eu venho aqui fazer a defesa da emenda do meu colega, o Ver. Sgarbossa; uma emenda adequada, correta, ousada, para a qual eu peço atenção dos colegas, porque pode ser um marco histórico. É assim que esta Casa, este Parlamento, Ver. Tarciso, Ver. Delegado Cleiton, pode se destacar, talvez como pioneiro no Brasil. E por que não ter a ousadia de dar esse passo além, de mostrar o protagonismo desta Casa? Eu respeito, obviamente, qualquer opinião diferente; é um assunto novo essa proposta de nós aplicarmos as cotas nos cargos em comissão. Eu respeito, eu ouvi o Ver. Cecchim, mas peço a ele uma reflexão, porque aqui não é um assunto partidário, é um assunto no sentido da inclusão. Eu acho que podemos dar esse passo além. O CC, efetivamente, é indicação de confiança, mas por que não começar pelo próprio Parlamentar, pelo próprio Executivo na escolha dos seus cargos em comissão? Olha, chamo a atenção: vai ser um gesto histórico se esta Casa aprovar esta emenda. Nós vamos demonstrar que nós não queremos só... Como, aliás, fez aquele juiz do tribunal esportivo, Ver. Sgarbossa, que julgou o Grêmio: “Façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço”, porque ele tinha postagens racistas lá e condenou o Grêmio. Precisa do gesto pessoal! Mostrar que nós, como agentes políticos, ou no Parlamento ou no Executivo, queremos manifestar o gesto. Acho que é disso que se trata essa sua emenda, um gesto pessoal de cada ator político. Eu acho que o Prefeito Fortunati, apesar da Emenda nº 02, apoiará a ideia. E faço esse esclarecimento aos colegas: o Ver. Sgarbossa está propondo 20% dos cargos em comissão reservados para cotas. E a Emenda nº 02 diz “a partir de 2017, para um outro governo”, para não interferir na dinâmica atual do Governo. O objetivo aqui não é partidário, não é incomodar ou fazer alguma polarização com o atual Governo, de forma alguma. Mas acho, Ver. Sgarbossa, que, daqui a pouco, o Prefeito Fortunati acolhe isso e, inclusive, já tenta aplicar agora. Isso iria dar um destaque internacional para o Prefeito Fortunati. Por que não? Por que não o gesto?

Então, eu acho que é algo muito importante essa sua emenda, acho que ela engrandece o projeto do Ver. Delegado Cleiton. As cotas no Município já existem, se não engano, há 15 anos, e Porto Alegre, se não me equivoco, foi a primeira cidade do País a criar as cotas. Vamos ser a primeira a criar as cotas nos CCs, vamos dar esse exemplo para o País! Eu tenho certeza que, depois dessa aprovação, isso vai se espalhar e vai dar protagonismo a esta Casa. Então parabéns! Acho que é um projeto que convém e que, realmente, cabe a todos os colegas o exemplo, mostrando que todos estamos dispostos a mudar a sociedade hoje – não amanhã, não esperando –, fazendo cada um a sua parte para mudar essa triste história de racismo que a nossa sociedade carrega.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 01, destacada, ao PLCL nº 001/14, como autor.

 

O SR. MARCELO SGARBOSSA: Antes de eu estar aqui como Vereador, eu escutei que o plenário é dinâmico, Ver. João Ezequiel, que o plenário tem vida própria; e eu, aqui, nesses poucos minutos depois que o projeto do Ver. Delegado Cleiton entrou em discussão, percebi alguns Vereadores – ainda não consigo quantificar quantos – que, em relação à nossa emenda, têm receio, justamente o que falei aqui na minha primeira intervenção, de que não terão mais a liberdade para contratar, para indicar, como cargos em comissão, aqueles que eles quiserem. Volto a repetir que isso não tirará a liberdade, porque você poderá contratar quem você quiser, desde que esteja previsto, seja um negro ou uma negra. Não há limitação da liberdade. Concordo com o que o Ver. Alberto colocou, que isso pode interferir, porque a lei, a partir do momento em que é vigente, tem aplicação imediata; então digamos que, na possibilidade de nós aprovarmos e de o Prefeito sancionar, ao entrar em vigor, efetivamente começaria a valer a partir da sua vigência.

Acabamos de fazer aqui a Emenda nº 02, atrelada à Emenda nº 01, que simplesmente prevê que os cargos em comissão, estagiários e estagiárias e os contratos da Administração pública direta ou indireta que prevejam contratação de pessoas comecem a valer, quanto a essa obrigação da reserva de vagas, a partir do dia 1º de janeiro de 2017. Por que essa data? Porque teremos, em 2016, novas eleições; será uma outra Legislatura, talvez não estejamos mais aqui. Assumirão outros Vereadores. Alguns de nós tentarão a reeleição, então será um momento de iniciar do zero, a questão da contratação de CCs, estagiários e contratação de pessoas, através dos contratos de administração pública.

Então, vejam, estamos em 2014, temos aí quase dois anos e alguma coisa para nos adaptarmos, parece mais do que razoável. Seria uma pena se a Câmara não desse indicativo para o Prefeito; seria uma pena se o Prefeito não acolhesse, o que ele pode fazer imediatamente. Ele já pode, como uma orientação interna – estou repetindo aqui as ideias do Ver. Alberto Kopittke –, sem precisar de uma lei, apenas pelo seu poder discricionário, iniciar um processo de transição. Não precisa necessariamente a Câmara ter que dizer para o Prefeito como fazer a sua contratação. Nós, aqui na Câmara de Vereadores, também podemos iniciar esse processo. Isso vai de um acordo e um entendimento comum. Eu vejo resistência por parte de alguns Vereadores, com todo o direito, pois tem os seus pensamentos contrários. Eu gostaria que quem subisse aqui ou votasse pensando que será retirado o seu poder de nomeação, que justifique o porquê. Ele ficará limitado, Ver. Cecchim, é verdade, ficará restrito a um grupo, em torno de 20% da população de Porto Alegre.

Eu aposto que cada Vereador ou Vereadora têm relação e confiança com negros e negras. Por que não trazê-los para o seu gabinete, porque não indicá-los para os cargos em comissão no Executivo e assim por diante? Então, fica o convite para aprovarmos com essa mediação. Eu cheguei a pensar, resisti um pouco em fazer a emenda porque entendi que era um recuo; mas acho que não é bem um recuo, é uma modulação no tempo. Eu acho que isso melhora o projeto e melhora a própria Emenda. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 01, destacada, ao PLCL nº 001/14.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, já tive a oportunidade de falar ao autor do projeto no sentido de que nós mantemos a nossa posição favorável, Ver. Tarciso, o que não implica que nós estejamos solidários com a segunda proposta, que surge ao final, praticamente altera todo o projeto, inclui algo que não tinha sido negociado pelo autor, que regulariza uma situação concreta da Cidade, e, no meio do entusiasmo da nossa solidariedade com o autor, traz à votação essa emenda. Com toda a sinceridade com que fui à tribuna e manifestei a minha proposta e a minha posição, juntamente com o meu colega de representação política, José Claudio Freitas Conceição, no sentido de apoiarmos, como estamos apoiando a proposição ordinária do ilustre Vereador proponente, manifesto-me agora em posição de contrariedade com a emenda. Acho que essa emenda que foi feita é um projeto novo; essa emenda tinha que ser acolhida como um substitutivo, não como uma emenda. Ela muda todo o projeto, altera-o no que tem de mais essencial, acrescenta situações que não estavam previstas, que não foram objeto de debate, da negociação, da tramitação desse projeto.

Então, venho aqui e reafirmo tranquilamente que a posição do Democratas continua sendo de solidariedade com o autor e sua proposta originária, e de contrariedade absoluta com a emenda proposta, que é mais do que uma emenda, é um novo projeto, que contrabandeei para dentro de um projeto bem feito, bem trabalhado pelo ilustre Vereador proponente da matéria. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em nome da Casa e dos Vereadores, saúdo os seis novos servidores que foram empossados hoje. Sejam bem-vindos.

O Ver. João Ezequiel está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 01, destacada, ao PLCL nº 001/14.

 

O SR. JOÃO EZEQUIEL: Boa tarde, Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, novos servidores, sejam muito bem-vindos, público que nos assiste nas galerias, o tema de que trata o projeto de lei proposto pelo Ver. Delegado Cleiton traz dois temas aqui: trata dos concursados e abre também a perspectiva do debate sobre os CCs. A Emenda nº 01 ao PLCL nº 001/14, de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, que estabelece que a cota de 20%, proposta pelo Ver. Delegado Cleiton, seja estendida aos CCs, é muito importante.

E aí eu quero dizer que nós, do PSOL, é importante que se diga – e digo isso porque, tanto na Administração Direta como na Indireta, na Prefeitura de Porto Alegre, em todas as suas áreas, seja na educação, saúde, DMAE, DMLU, e outras, há um número muito grande de CCs –,somos permanentemente contra ao número de CCs que existe hoje em todos os órgãos da Prefeitura de Porto Alegre. A gente defende que esse número diminua, para que entre nesses setores, para cumprirem esses cargos, servidores de carreira. É isso que nós, do PSOL, defendemos. E quero dizer, também, que só na saúde, lembrando um debate que eu já fiz nesta Casa, existem hoje 2 mil aprovados que não estão sendo chamados para cumprirem seus cargos na saúde em Porto Alegre, e, por isso, tem muitos postos de saúde na Capital que não estão abrindo até às 22h, por isso tem leitos sendo fechados no Hospital Presidente Vargas e no HPS. Sendo assim, eu faria uma troca: eu acho que o Executivo tem que diminuir o número de CCs e chamar os aprovados no concurso.

Mas tratando única e exclusivamente desse projeto de lei, proposto pelo Ver. Delegado Cleiton, nós já demos a nossa posição aqui, somos favoráveis a ele, vamos votar favoravelmente e, portanto, não entendemos por que isso não deva ser aplicado também para os CCs, sim. Qual é a essência do projeto de lei? Ele prevê a reserva de 20% de vagas dos concursados para negros, então é óbvio, sensato, que isso se estenda também aos CCs. Podemos discutir um prazo para adequar isso, mas se a gente defende que tem que ter 20% de cotas para negros em concursos, também temos que defender que haja 20% de cotas também para CCs. E eu complementaria: tem que diminuir os CCs na cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Quero saudar aqui o Sr. Vendelino Silirio Kinzel, colecionador da cultura gaúcha, e a sua esposa, Sra. Guilhermina. O Sr. Vendelino é um cuidador e restaurador da cultura tradicionalista, com cerca de 600 gaitas de todos os modelos e estilos. Seja bem-vindo.

O Ver. Idenir Cecchim está com palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 01, destacada, ao PLCL nº 001/14.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Este é um assunto, colegas Vereadores e Vereadoras, que a Prefeitura, pelo que eu tenho conhecimento, já faz uso das leis das cotas, baseada na lei federal. O Ver. Delegado Cleiton apresentou o projeto, de boa vontade, de boa-fé, com conhecimento de causa. Eu vou votar favoravelmente, mas eu não tenho como votar a favor da emenda do Ver. Marcelo Sgarbossa, eu volto a afirmar. Eu imagino que ele está tentando compensar aquela lei que ele propôs para tirar o crucifixo. Ele ficou mal com os cristãos, agora está tentando recuperar um pouquinho, mas não vai ser desta vez. Eu acho que não tem como aprovar a cota, nem agora e nem em 2017. Eu acho, sinceramente, meu querido conterrâneo, Ver. Marcelo Sgarbossa, que tem muitas coisas boas e tem grandes boas intenções, mas essa intenção, de botar para 2017, piorou, porque faz parecer que, em 2017, nós não vamos mais estar aqui, Ver. Manfro; eu não sei se vou estar ou não aqui em 2017. Então, se eu votar, não vou mudar a ideia para hoje nem para 2017, porque acho que eu não vou ficar negro, e nem um negro ficará branco até lá. Vamos continuar iguais, graças a Deus! Eu, que tomei leite de uma negra, da Tia Dica – assim que a chamo até hoje –,durante dois meses, porque a minha mãe estava doente, eu não fiquei mais branco e nem mais preto. E ela, que me deu o leite do coração – não foi só leite do seio, ela me deu o seu coração, pois minha mãe estava doente –, também não ficou mais branca e nem mais preta. Ela continua a minha querida tia – chamo-a de tia. E o filho, que é mais preto que o Delegado Cleiton, o Toninho, até hoje reclama que eu tomei o seu leite.

Então, eu não tenho que fazer média com negro ou não negro; temos que ter bom senso aqui. Acho que votamos o projeto, e eu peço ao meus colegas Vereadores que rejeitem as duas emendas, porque, se eu não voto hoje, eu não concordo em 2017! Eu não sei se o povo vai me querer aqui, mas eu não posso votar para depois também; eu vou votar hoje. E como uma emenda remete a outra, votarei contra as duas emendas.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Reginaldo Pujol, a Emenda nº 01, destacada, ao PLCL nº 001/14. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Quatro votos SIM e 11 votos NÃO. Não há quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às 16h): Está encerrada a Ordem do Dia.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1857/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 173/14, de autoria do Ver. Delegado Cleiton, que obriga os estabelecimentos que comercializem gêneros alimentícios e tenham mais de 3 (três) caixas registradoras para atendimento aos consumidores a acomodar os produtos recomendados para pessoas com diabetes em espaço reservado e identificado de forma destacada.

 

PROC. Nº 2019/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 185/14, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua César Cassiano Pereira o logradouro não cadastrado conhecido como Rua Dois Mil Novecentos e Vinte e Oito, localizado no Bairro Mário Quintana.

 

PROC. Nº 2048/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 193/14, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Ito de Oliveira Brandão o logradouro público cadastrado conhecido como Rua 6043 – Loteamento Residencial Belvedere –, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.

 

PROC. Nº 2022/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 187/14, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que inclui as efemérides Dia Municipal do Médico Mastologista e Semana Municipal do Médico Mastologista no Anexo da Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010 – calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto Alegre –, e alterações posteriores, no dia 5 de fevereiro e na semana que incluir esse dia, respectivamente.

 

PROC. Nº 2027/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 188/14, de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, que inclui a efeméride Dia de Prevenção e Combate ao Tráfico de Pessoas no Anexo da Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010 – Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto alegre –, e alterações posteriores, no dia 30 de julho.

 

PROC. Nº 2041/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 190/14, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Maria Aparecida o logradouro não cadastrado conhecido como Rua I – Campo da Tuca –, localizado no Bairro Vila João Pessoa.

 

PROC. Nº 2133/14 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 030/14, que inclui o evento Brechocão no Anexo I da Lei nº 10.903, de 31 de maio de 2010 – Calendário de Eventos de Porto Alegre e Calendário Mensal de Atividades de Porto Alegre –, e alterações posteriores, no segundo ou terceiro domingo de cada mês.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Apregoo o PLL nº 211/14 de autoria do Ver. Rodrigo Maroni.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, em discussão preliminar, a Pauta apresenta hoje alguns processos que se encontram em 2ª Sessão de Pauta e que, por conseguinte, precisam ser hoje objeto de comentários e de considerações, na medida em que, a partir de amanhã, eles deverão ser encaminhados para a Diretoria Legislativa, que os encaminhará para as comissões temáticas respectivas. Entre esses projetos, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero assinalar um que, no meu ponto de vista, merece a nossa mais ampla consideração – o projeto do Ver. Delegado Cleiton, PLL nº 173/14. E nós fomos frustrados de votar, agora, em função da falta de quórum, outro de seus projetos, na medida em que nem mesmo o autor da emenda, sobre a qual nós o havíamos questionado, votou nessa ocasião. Mas, o projeto que obriga os estabelecimentos que comercializam gêneros alimentícios e que tenham mais de três caixas registradoras para atendimento aos consumidores a acomodar os produtos recomendados para pessoas com diabetes em espaço reservado e identificado de forma destacada, há de merecer, Ver. Cleiton um exame bem aprofundado. É uma proposta inteligente, mexe com um assunto da atualidade, tem, a primeira vista, absoluta regularidade sob o aspecto jurídico, e eu, desde logo vou confessando, tenho algumas dúvidas sobre a sua exequibilidade, como realizar essa proposta. Então, desde já quero me inscrever, Ver. Cleiton, na lista daqueles que quer discutir com V. Exa. os efeitos do projeto, como eu sempre faço com os projetos de que gosto de discutir. E V. Exa. já esteve, na Comissão de Constituição e Justiça, mais de uma vez, discutindo propostas suas, ou propostas de outros sobre as quais V. Exa. tenha demonstrado interesse. Esse é um assunto que deve superar os demais aqui colocados em discussão preliminar, porque, se nem um demérito, ou mesmo a sua juridicidade é tão elementar, que boa parte deles independe, inclusive, da decisão do plenário. Se as comissões vierem a aprovar, todos estarão automaticamente aprovados, serão transformados em lei, serão encaminhados à sanção do Sr. Prefeito Municipal, porque assim determina nossa Lei Orgânica e nosso Regimento, muito especialmente. São aqueles projetos que as comissões têm o poder terminativo com relação a eles: ou o rejeito na Comissão de Constituição e Justiça, por unanimidade, e ele pára; ou o aprovo na Comissão de Constituição e Justiça e nas comissões temáticas, e eles vão à sanção do Prefeito, independente da decisão do plenário da Casa.

Por isso, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, costumeiro que sou da utilização do espaço para discussão preliminar, possibilitado como foi no dia de hoje, abro oficialmente um debate com relação à proposta do ilustre Ver. Delegado Cleiton, debate esse que haverá de ser profundo, bem colocado e, sobretudo, sem nenhum tipo de preconceito e sem buscar descaracterizar a proposição trazida a debate pela competência, diligência e inteligência...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL ...do inteligente dignitário da mesma, Ver. Delegado Cleiton, a quem presto minhas homenagens nesta hora. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, infelizmente não pudemos votar esse projeto que para a sociedade de Porto Alegre é de grande importância. Antes de começar a discutir a Pauta, eu gostaria de rever alguns conceitos sobre a assiduidade desta Câmara. A gente sabe que o Vereador tem funções fora, a gente sabe que estamos em época de campanha, sabemos que temos que desempenhar funções no nosso gabinete. Nós precisamos atender nossos eleitores, e a Câmara aqui é mal localizada em questão de ônibus, então, quando a pessoa vem aqui, é porque ela realmente necessita de algum préstimo do Executivo ou Legislativo. Mas os trabalhadores entram no seu expediente e, no horário de trabalho, têm que estar trabalhando, e nós não podemos fugir disso. Há os dias de votação de projetos, de projetos que são importantes para mover a cidade de Porto Alegre, e os Vereadores teriam que estar presentes aqui. Disso eu não abro mão, tenho sido o último a sair do plenário. E sei que não estou faltando com a ética quando cobro o sentimento de estar aqui presente. Ver. Ezequiel, quando V. Exa. estava trabalhando na saúde, cumpria horário, assim como o meu colega policial, que tem horário, inclusive fazíamos horas extras. Então, em dias de votação, tem que estar aqui presente, tem que votar, há projetos importantes para a cidade de Porto Alegre, para um milhão de eleitores.

Voltando à Pauta, eu gostaria de, mais uma vez, comentar o projeto de minha autoria que obriga os estabelecimentos comerciais, os mercados com mais de três caixas – não aquele mercado da periferia que realmente não tem condições, que possivelmente até nem venda produtos com relação ao Diabetes... Existe uma dificuldade, muitas vezes, quando se busca comprar uma alimentação em mercados, de localizar e de identificar esses produtos, e o Diabetes cada vez cresce mais. Aqui em Porto Alegre somos, se eu não me engano, o terceiro Município do Brasil com índice de crescimento dessa doença. Hoje estava até conversando com meu colega Tarciso, que elogiou este projeto. E ontem conversei com o Ver. João Ezequiel sobre questões de saúde.

Então, é um projeto que hoje enfrenta o seu segundo dia de Pauta, possivelmente será votado nos próximos dias, e eu gostaria do apoio de todos os colegas neste sentido. Sei que nós não enfrentaremos nenhum problema com os comerciantes, porque eles têm que ver acima da venda dos produtos, têm que ver o bem-estar dos seus consumidores, de quem vai buscar o seu estabelecimento comercial, não é, Ver. Mauro Pinheiro? O Ver. Mauro Pinheiro tem um comércio. O comércio deve ser direcionado aos seus consumidores prioritariamente. E, para isso, um projeto que atinge a saúde desses consumidores é importante que passe aqui nesta Câmara; que sejamos mais uma vez pioneiros nesse tipo de projeto. Como já disse, Porto Alegre ter o terceiro maior índice de crescimento de diabetes do Brasil. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João Ezequiel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO EZEQUIEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, população, Guarda Municipal, servidores da Casa, este projeto do Ver. Delegado Cleiton já foi discutido em outra oportunidade. Nós do PSOL já demos a nossa posição: somos favoráveis, mas pontuamos que o problema da saúde é mais profundo, muito mais profundo.

Eu queria aproveitar a Pauta de hoje para fazer uma denúncia muito grave que ocorre em toda a Administração Direta e também Indireta na cidade de Porto Alegre – ocorrem em todas as Secretarias: na Guarda Municipal, na Saúde, na Educação, DMAE, DMLU, então, nem se fala –, que é a contratação dessas empresas que prestam serviços de guarda, higienização e outros serviços para as Secretarias. Eu quero aqui pontuar uma empresa específica, porque acho que a gente deve dizer o milagre e apontar o santo. É uma empresa que presta serviços de limpeza e de cozinha nas escolas municipais, prestem atenção no nome da empresa: Cootrario – quase dizendo “com otário”. Esta empresa, que presta serviço de limpeza e higienização, não está pagando seus servidores, ela está parcelando o vale-alimentação e o vale-transporte. Essa empresa – vou repetir o nome: Cootrario – não está depositando o FGTS dos trabalhadores. Eu sou obrigado, Sr. Presidente, a trazer isso aqui à tona, porque os Vereadores desta Capital têm que se preocupar com essa situação, que não ocorre só nas escolas. E quero aqui dialogar com meus colegas guardas municipais, faço uma pergunta a eles, tenho certeza de que eles vão concordar comigo: por que, nos posto de saúde da Capital, há empresas terceirizadas colocando guardas terceirizados? Por que ocorre isso em todos os postos? Por que não contratam guardas municipais concursados e aprovados?

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Ver. João Ezequiel, peço que V. Exa. se atenha a assuntos da Pauta.

 

O SR. JOÃO EZEQUIEL: Sr. Presidente, vou retornar agora para a Pauta, mas eu não podia deixar de denunciar isso, porque servidores desta empresa procuraram Vereadores desta Casa nesta semana. Tem que dizer para essa empresa, Presidente, a Cootrario, que trabalhador não é otário e que Vereadores sérios desta Casa vão investigar a fundo isso e vão denunciar.

Voltando ao projeto do Ver. Delegado Cleiton, quero dizer que somos a favor, entendemos que os problemas da Saúde são mais profundos, têm que ser debatidos nesta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Obrigado, Ver. João Ezequiel.

O Ver. Paulinho Motorista está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULINHO MOTORISTA: Boa tarde, Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; demais Vereadores, pessoal da Casa e pessoal das galerias e também o pessoal que nos assiste em casa; com certeza, a gente veio para votar a favor deste projeto importante do nosso Ver. Delegado Cleiton. Pena que não deu para votar hoje, mas, com certeza, na próxima Sessão a gente vai votar, vou votar favorável ao senhor.

A gente tem trabalhado bastante, inclusive ontem tivemos uma reunião na CUTHAB novamente com o pessoal da Ponta Grossa, a gente tem lutado bastante para que sejam solucionados aqueles alagamentos, porque cada dia de chuva, Ver. João Ezequiel, é uma tristeza. Cada vez que chove, a gente vai dormir de noite, mas sabe que, no outro dia, vai ser difícil tentar amenizar a situação do nosso pessoal lá da Ponta Grossa. Mas a gente vai continuar lutando para que eles saiam daqui com uma boa resposta, a gente não vai virar as costas nunca, não vamos parar de lutar. Recém o Ver. João Ezequiel falou sobre os Vereadores fiscalizarem, e nós estamos aqui, fomos eleitos para isto, para fiscalizar tudo que há de errado. Tudo que há de errado a gente tem que fiscalizar, a gente tem que expor, é o nosso trabalho, fomos eleitos para isso e nunca vamos desistir. Já participamos de várias reuniões juntos, Ver. João Ezequiel, sempre lutando com o propósito de ajudar as comunidades que precisam de nós.

Falando também sobre transporte público, quero dizer que, nesta semana, fiquei muito triste com uma situação que aconteceu dentro de um coletivo: uma mulher mais jovem, além de não ceder o lugar para a senhora idosa no ônibus, ainda acabou xingando, dizendo várias palavras que eu nem vou repetir. Tem muita coisa que não precisa de lei – lei para isso, lei para aquilo –, eu acho que basta a educação, não precisa estar falando, não precisa estar pedindo que a pessoa levante para dar o lugar para o idoso, não precisa obrigar a pessoa a levantar, eu acho que fomos educados de uma maneira, com respeito com as pessoas. Como trabalhei vários anos como motorista de ônibus, do que muito me orgulho, até que não passei por essas situações, graças a Deus, porque geralmente a pessoa que estava sentada ali estava no banco amarelo do idoso, e eu sempre levantava, até por educação. Não que isso fosse lei ou que eu tivesse que pedir. Graças a Deus, a gente sempre acertava porque o idoso merece o maior respeito da gente. Se Deus quiser, a gente vai chegar àquela idade. Eu quero viver muitos anos, que Deus me ajude. Todo mundo teve uma mãe, um pai. Eu, por infelicidade, já perdi os dois, mas a gente tem que se espelhar naquilo que eles passaram para a gente. Isso não é de estudo, não é de faculdade. Respeitar as pessoas de mais idade é da faculdade da vida.

Eu tenho visto muitos acidentes, hoje vi dois acidentes no trânsito. Eu me preocupo bastante com isso, eu acho que as pessoas têm que se conscientizar mais. Quem sou eu para falar disso? Estou falando e me incluindo nisso. A gente tem que parar um pouco com essa correria, com esse estresse, sair um pouco mais cedo de casa para que não haja a situação de batidas. Isso é um prejuízo para cada um de nós, além das graves situações que nos levam até a um pronto socorro. Com certeza, se a gente se conscientizar, se cada um deixar o espaço para o outro e tiver respeito no trânsito, isso vai melhorar. Se tem um espaço para mim, se tem espaço para o Delegado Cleiton, se um cede para o outro, com responsabilidade e educação, a gente vai viver melhor em uma cidade, em um País, em um Estado, Ezequiel, com todo respeito e em todas as situações. É isso que eu peço sempre na minha fala. É isso que eu tenho a dizer. Quero dizer para o Delegado Cleiton que na próxima Sessão votaremos favoravelmente ao seu projeto, como falou o Ver. Ezequiel aqui há pouco; um projeto importante. Na próxima segunda, votaremos esse projeto. Eu quero deixar um abraço a todos que nos escutam em casa, ao pessoal aqui da Casa, aos Vereadores na nossa galeria, aos Vereadores que estão trabalhando em seus gabinetes, porque aqui a gente trabalha, a gente não para.

Quero deixar um abraço a todos, e obrigado, Presidente, mais uma vez.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Caro Presidente Ver. Mauro Pinheiro, quero parabenizá-lo pela condução que tem dado à Casa na ausência do nosso Presidente, por motivos de saúde.

Eu venho falar aqui neste momento de Liderança da nossa Bancada, a do Partido dos Trabalhadores, sobre um assunto que eu, pessoalmente, fiquei chocado por não ter sido noticiado com a devida atenção por parte da imprensa nacional. Não sei se foi por gosto, se foi deliberado, se foi por que não acham importante – o que é bem provável, o que eu acho pior do que se tivesse sido deliberado –,que é um fato simples, mas que eu acho que é épico, Ver. Delegado Cleiton, que é o fato de o Brasil, segundo a ONU, em relatório divulgado na semana passada, ter saído do chamado “mapa da fome”, daqueles países que têm insegurança alimentar para parte da sua população. Só isso! Simplesmente isso! Eu achei, durante toda a minha juventude, com as leituras que eu fazia da história do Brasil, que eu teria muito pela frente, não veria este momento ser realizado, porque a imagem que eu tinha do Brasil dos anos 1990 era de miséria, era chamado de belíndia, a mistura da Bélgica não sei nem com qual outro país da África, que era da fome. Essa era a imagem que o Brasil passava para o mundo, de crianças com aquela imagem esquálida – só para juntar com o debate que nós fizemos antes aqui, Delegado Cleiton –,não raras vezes negras, passando fome, morrendo de fome. Essa era a realidade tomada como natural do Brasil, e que este País aceitava, conviveu 500 anos assim! Nas cidades do sertão, quando a seca se estendia, morriam crianças, às dezenas! Eu vi isso, porque eu passei 40 dias fazendo um projeto social, certa vez, no sertão do Sergipe, eu vi as crianças hospitalizadas morrendo de fome. O Brasil, nesses dez anos, foi considerado pela ONU – e eu não estou falando aqui, obviamente, de nenhum órgão que esteja ligado ao PT, alguns aqui andam com uma neura de que o mundo todo gira ao redor do PT, eu estou falando da Organização das Nações Unidas, que eu espero que alguns ainda respeitem –, no seu relatório, que é o País do mundo que mais reduziu a miséria e que deve servir como exemplo para os outros países em relação ao desenvolvimento sustentável. E segundo a ONU, foram apontados dois motivos para esse fato – que eu considero épico, Ver. Sabino, V. Exa. que trabalha com criança e adolescente: o Bolsa Família, segundo a ONU, o programa de renda com mais êxito, porque ele tem as contrapartidas na educação e nos exames de saúde. Isso tudo é relatório da ONU, podem entrar lá na página onu.org.com.br e poderão ver tudo isso que estou falando. E o segundo motivo foi a geração de 24 milhões de postos de trabalho. Essa combinação de inclusão e emprego fez o Brasil ser a referência que a Presidenta Dilma destacou hoje, pela manhã, na abertura da Conferência da ONU, porque esse é o verdadeiro caminho que as nações têm que seguir. E eu fico muito orgulhoso, Ver. Delegado Cleiton, de fazer parte desse momento histórico em que o Brasil já não é a referência da miséria, da fome, porque nós tiramos 10 milhões de pessoas que não comiam duas vezes por dia. Esse é o dado: 10 milhões. Alguns acham isso natural, porque não é da sua realidade, ou convivem com outras camadas sociais. Além disso, incluiu mais 40 milhões de pessoas no mercado de consumo. Isso é uma revolução que o Brasil fez, que eu acho que merecia várias capas de jornais, matérias especiais, edições extras. Nós nos tornamos uma Nação em que nenhum brasileiro passa fome, e esse é o sentido histórico do que aconteceu, nos últimos dez anos, conforme dito pela ONU, o que eu acho que merece, sim, ser comemorado por todos. Esse caminho de inclusão social é o caminho que o nosso País tem que seguir, e que nós todos temos construído. Hoje, a Presidente Dilma muito bem destacou isso, na abertura da Assembleia Geral da ONU.

Que sirva de exemplo para os outros povos que ainda escolhem gastar com armamentos, com guerra, com exclusão social, com modelos de crescimento ligados ao neoliberalismo, que tem que reduzir o Estado, reduzir o gasto público. Nós, não! O Brasil, nos últimos dez anos, aumentou o gasto público; aumentou e tem que aumentar ainda mais o gasto público, aumentar a capacidade do Estado de fazer inclusão social e gerar emprego! Esse é o caminho, e merece ser comemorado por todos nós o fato de Brasil ter vencido a fome. Muito obrigado, Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Não havendo mais nenhum inscrito, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h30min.)

 

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